- mulhertamarindo
- 13 de out.
- 2 min de leitura

Então.
Em minha defesa, eu nunca de fato tive um blog. O meu projeto mais consistente na época que era socialmente aceito ter um blog foi um Fotoblog da UOL em que eu postava fotos misteriosas em preto e branco.
Com o canal no Youtube e com o fim da civilização online como conhecemos, foi crescendo o desejo de ter um local próprio para postar minhas coisinhas e que de fato fosse possível encontrar facilmente uma informação.
Deus sabe que hoje o Instagram não passa de um páginas amarelas intercalado com o vídeo mais perturbador que você vai ver gerado pela generativa do momento.
O Pinterest está morto com tanta foto gerada por inteligência artificial. Eu queria muito entender o que leva uma pessoa a ter o trabalho de gerar imagens extremamente genéricas de ambientes decorados. Se for pra gastar recursos naturais, pelo menos me dê uma lição sobre um gato que sofre bullying e vai pra academia emagrecer e não uma simples poltrona florida com uma mesinha troncha do lado.
Eu também decidi voltar para o tumblr como se fosse 2012. Bom demais postar frases genéricas em colagens trevosas.

Mas criar esse site tem mais camadas que um mero catálogo do meu conteúdo.
Nos últimos tempos tenho ficado cada vez mais incomodada com o tempo que passo nas redes sociais. Um belo dia percebi que tinha passado, sem perceber, 2 horas rolando o feed do Tiktok. Tentei lembrar algum vídeo que tinha me marcado a ponto de gerar algum desdobramento, pesquisar alguma coisa, ir atrás de aprender mais sobre um determinado assunto mas não consegui pensar em nada, nem no aspecto de entretenimento, de pelo menos ter me marcado por ser engraçado.
Minha rede mais ativa hoje é o Bluesky, desde o dia em que Alexandre de Moraes nos libertou do umbral do X (ex-Twitter)®. Como lá é uma rede mais pacata, com menos usuários e beeeem menos furdúncio, me vi mais e mais desejando outro tipo de vivência online.
Foi então que descobri o mundinho do “personal curriculum” ou plano de estudos, em que você escolhe um assunto que te interesse e define a bibliografia para se aprofundar nos estudos. Também me inscrevi em alguns cursos que não tem relação nenhuma com minha profissão.
Depois de tudo isso, criar um espaço de escrita acabou sendo o passo natural. Mesmo em 2025!! Se Manuela Dias consegue se manter empregada escrevendo, eu também consigo escrever uns textos sobre os livros que eu leio!!!
Eu amo gravar vídeos de youtube mas ainda tem muita gente que tem preconceito com conteúdo em vídeo, principalmente entre leitores e principalmente principalmente sobre livros.
Ou talvez no fundo eu só queira encher o saco de quem posta “não aguento mais vídeo, eu só quero ler, por que ninguém mais tem blog?”

